quarta-feira, 1 de julho de 2015

Numa pausa breve e merecida dos afazeres...

Numa pausa breve e merecida dos afazeres
Das coisas só dos homens,
Recosto-me e fecho os olhos cansados.

Vejo claramente, embora de olhos fechados,
Em alguma extensão espaço-temporal do Universo
(Não sei se vejo o real ou uma ilusão do real, mas isso de modo algum tem importância)
Um simulacro de gente que volta sua atenção para algo desagradável,
Mas que (dura pena!) tem que ser feito.

"Tem que estar pronto até tantas horas",
Disseram-lhe mais cedo.
"Tem que ser feito deste modo",
Ouviu lhe ordenarem.
Sabe, com uma evidência que o cientista apenas sonha em encontrar,
Que o como fazer e o quando entregar não são adequados àquilo que faz.
Traz consigo esse conhecimento há muito tempo...
Realmente há bastante tempo!

Protestar?
Valerá a pena?
Dará resultado?
Será que...?

Levanta-se, lança-se à sorte.
Ouvem-no e riem, riem desmedidamente.
Quão cômica pode ser a insignificância!

Abro os olhos.
Sensações comuns diversas me enchem a vida.
Pego meu lápis, abro o caderno de registros
E preencho o formulário de admissão do Sr. Vasconcelos.

As nuvens enegrecem.
Choverá hoje!
Amanhã, talvez...

(Eu mesmo)

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