terça-feira, 10 de outubro de 2017

Elogio da vaidade

A antífona continua, a música não cessa; mas a matrona suplantou Jesus, na atenção dos ouvintes. Ei-la que dobra as curvas, abre o livro, compõe a renda, murmura a oração, acomoda o leque. Traz no coração duas flores, a fé e eu; a celeste colheu-a no catecismo, que lhe deram aos dez anos; a terrestre colheu-a no espelho, que lhe deram aos oito; são os seus dois Testamentos; e eu sou o mais antigo.

(Machado de Assis, Elogio da vaidade)

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